quarta-feira, 29 de outubro de 2008

O fantasma


Você é tão linda
Quanto a natureza foi má comigo
Dando-me um rosto deformado
Que apenas causa repulsa e sensação de perigo
Naqueles que o vêem

Enquanto o seu belo rosto de anjo
Faz brotar tanto amor e paixão
Até no mais triste, duro
Sofrido e solitário coração

Como Deus pôde ser tão parcial em sua arte?!
Dando a você a mais pura candura e beleza
E a mim, a extrema oposta parte
A face da dor, do medo, da infinita tristeza

Mas, numa tentativa de compensar seu erro
Ele me deu o dom da música e genialidade
Mas nem isso causou menos desespero
Quando você, minha linda deusa,
Deparou-se com a realidade

Por que você não pode me amar agora?!
Apenas porque viu meu rosto feroz
Se já havia me amado outrora
Quando não conhecia o que se escondia sob minha bela voz

Como você pode preferir aquele rapaz
Tão angelical quanto você
Que em seu coração emana tanta paz
Enquanto o meu só mostra o desprazer?!

Se eu fosse bonito tal qual um anjo
Você me amaria?!
Se eu não tivesse a deformidade que esbanjo
Você me escolheria?!

Como você pode ser tão superficial
Doce criança sem ciência
Que para você o principal
É o que cada um traz em sua aparência

Minha música é mais bela que a dele
Minha arte mais admirável
Minha tristeza mais verdadeira
Mas nada disso a torna maleável

Para você um fantasma sempre serei
Sem direito a viver no seu mundo
E para sempre me esconderei
Junto com a minha voz, no abrigo mais profundo
E nunca mais a perturbarei
Com o meu amor por você que era maior que o mundo

E que você recusou sem pensar
Que a minha dor é mais bela
Que a mais bela das criaturas
Porque é verdadeira e singela
E agora habita as profundezas mais escuras
Longe dos olhos cobiçosos e julgadores dos mortais.

domingo, 26 de outubro de 2008

Devaneio


Meu querido Johnny
Que me habita o coração e o pensamento
Quantas noites não passei insone
Enquanto tua imagem a cada momento
Vinha me perturbar sussurrando teu nome

Quantas vezes não me visitastes em sonhos
Prometendo que me apareceria em vida
Sorrindo dos meus olhos tristonhos
Enquanto me acenava em despedida

Quantas vezes em teus filmes não te busquei
Almejando decifrar tua mente
E assim ainda mais te amei
Mais do que achei ser possível num coração adolescente

Quantas vezes não imaginei encontros
Que na minha mente sonhadora
Tornaram-se os mais belos contos
Mas que permanecem ainda presos em sua masmorra

Quantas vezes não desejei que os teus sorrisos fossem para mim
Enquanto eles eram a tantos outros destinados
Mas essa história ainda não chegou ao fim
E espero que um dia nossos caminhos ainda sejam cruzados

Quantas vezes meu coração sorriu apenas de escutar
Tua voz, teu nome ou de apenas te ver
Como ele ficará, nem consigo imaginar
No dia em que estivermos só eu e você

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Encontro


Seus olhos encontram os meus
E você simplesmente ri
E diz:
“E aí?”

Se eu tivesse o visto de surpresa
Tal qual você me viu
Não teria falado nada,
Minha boca calaria num arrepio

Mas eu o vi desde que você surgiu no recinto
Com sua presença marcante
E me recuperando do que sempre sinto
Ensaiei palavras que me fizessem parecer confiante

Você olhou nos meus olhos e sorriu
Eu respondi as palavras mais adequadas para a situação:
“Oi”, balbuciei sorrindo e controlando um calafrio
E você continuou a sorrir da minha triste condição

Você sorriu da minha face escarlate
Ajeitou seu cabelo para trás
Como só você sabe
Mas logo seguiu seu caminho para outra parte

Saiu esquecendo que eu existia
E você estava certo
Eu realmente não existia

Só hibernava
Esperando que nossos olhos se encontrassem outra vez
E ensaiava
Algo mais inteligente para responder
Talvez eu até tocasse em você enquanto conversássemos
Mas apenas talvez

domingo, 19 de outubro de 2008


Morte
Nossa última viagem
Nossa única certeza
Uma triste paisagem
Mesclada de beleza

Forte
Uma dura passagem
Um quê de grandeza
Uma dose de coragem
Nas asas da leveza

Sorte
Nossa última paragem
Num mar de tristeza
Um véu, uma miragem
De assustadora pureza

Corte
Uma fria imagem
Emoldurada com riqueza
Um beijo de voragem
A perda da firmeza
Uma carona na bagagem
Daquela que rouba com fineza

domingo, 12 de outubro de 2008

Incógnita




Eu me pergunto
Num momento de estranho pessimismo
Até quando Deus permitirá
Que eu não caia num abismo

Eu me pergunto
Pensando cá com meus botões
Até quando Deus permitirá
Que o ar entre em meus pulmões

Eu me pergunto
Pensando que talvez isso seja um erro
Até quando Deus permitirá
Que eu não caia em desespero

Eu me pergunto
Como alguém que dizem ser tão benevolente
É capaz de tirar algo
Que já havia dado de presente

Jérula Lima

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

25 de julho, almoço


Eu não consigo acreditar nisso. Eu estou escrevendo nesse diário, e todos os meus amigos sentados comigo nessa mesa olham para mim desconfiados. Tudo bem que possa ser por que fazia quase dois anos que eu não escrevia nele, enquanto estava concentrada no meu livro “Ransom my heart”. Mas eu sei que não é por isso. Todos pensam que sabem o que eu estou escrevendo aqui. Ou melhor, sobre quem estou escrevendo.

Sobre o Michael, óbvio. E sua chegada repentina, além do ingresso no corpo de professores da AEHS.

Está todo mundo preocupado comigo. Juro. Como se eu estivesse com uma doença terminal. Tipo a Jamie Sullivan em “A walk to remember”. Nem consigo calcular o número de pessoas que já me perguntaram se eu estou bem.

Parece que todos pensam que só porque o Michael voltou, mais lindo do que nunca e me deu um abraço super demorado, eu vou pirar.

Tudo bem que eu estou realmente pirando, mas não sabia que eu era tão previsível ou que eu demonstrava tanto meus sentimentos.

Fico pensando se a Lilly publicou no site dela IHATEMIATHERMOPOLIS que quando eu minto minhas narinas inflam. Porque todas as pessoas que perguntaram se eu estava bem, as quais logicamente respondi que estava otimamente bem, não pareceram acreditar muito.

Ah, Meu Deus. Se todas essas pessoas já sabem, nunca mais poderei mentir. Principalmente para o J.P. que foi o que menos acreditou que eu estava bem. Além de ter sido justamente o primeiro a perguntar.

Nós estávamos saindo do corredor e minhas pernas ainda estavam um pouco bambas após aquele abraço tão arrasador do Michael, por isso eu não estava andando tão rápido, embora a nossa aula de Química estivesse já começando. Foi aí que o J.P. perguntou se eu estava bem.

Eu não sabia se ele se referia ao fato de eu estar andando meio cambaleante ou por eu ter visto o Michael após tanto tempo. Apenas sei que não consegui responder, e senti meu rosto queimar muito. Então ele continuou:

__Tem certeza que está bem, Mia?!
__Tenho. Por quê?! __Arrisquei.
__Nada. Você só está um pouco vermelha. __Ele não parecia ter coragem de tocar no assunto. Desde que nós começamos há namorar, há uns dois anos, nunca havíamos falado muito abertamente sobre o Michael, acabamos esquecendo o assunto, mas acho que nós dois sabíamos que eu não o havia esquecido. Não no sentido de esquecer, mas no de parar de amá-lo. E eu acredito que nós dois tivemos hoje a certeza. De que eu ainda o amo.
Eu preferi não dizer nada, pois as lágrimas brotavam dos meus olhos. Eu queria chorar. Meu Deus! Coitado do J.P. O Michael só deu o dom precioso dele para uma amiga por brincadeira e antes de nós namorarmos e eu fiz aquele escândalo. Imagine se eu descobrisse que ele amava a Judith, mesmo namorando comigo há dois anos. Eu o mataria, ou mais provável, eu me mataria. (Meu terapeuta não vai ler isso mesmo).

Na aula de inglês foi a vez da Tina.

Mia, como você está?! Tudo bem?! T.

Tudo, Tina. Por quê?! M.

Oh, você sabe Mia! MM!

Tudo normal.

Mia... Fala sério. Nós estamos falando do MM! E ele voltou super gostoso!

Tina!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Mia... Como você se sentiu?!

Ele está muito gostoso mesmo. Eu quase desmaiei quando senti o cheiro do pescoço dele. Sonhei com esse momento por dois enormes e tristes anos. Tina, eu acho que ainda o amo. O que eu faço?! Como posso amar o Michael e namorar o J.P.?! Não quero traumatizá-lo como fiz com o Kenny, que virou um terrorista lutador!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ah, Mia... O J.P. é tão legal... Falando nisso, o que ele disse?!

Nada. Só perguntou se eu estava bem, mas acho que é porque eu estava cambaleando um pouco, depois daquele abraço do Michael.

Coitado.

Tina, não sei se vou dar o meu dom precioso para ele no baile de formatura. Eu sei que prometi. Mas... Acho que você vai sozinha nessa.

Nessa hora, a Tina, que tem a pele um pouco acobreada, ficou incrivelmente vermelha. Acho que é porque ela está ansiosa com a grande noite, que está cada vez mais perto. Até eu estaria nervosa também. Mas não sei se será uma grande noite para mim também. Com certeza não será nada parecido com o que eu vinha sonhando desde o 1º ano.

Ainda há pouco foi a vez da Ling Su, Perin e Shameeka me perguntarem como eu estava. Graças a Deus o Michael não veio para o refeitório, mas em todas as mesas só se fala nele. Não sabia que o Michael era tão popular por aqui. Até vi umas alunas do 1º ano, que me lembraram a Lana, rindo como hienas e ouvi o nome dele. Comentei com a Tina, mas ela falou que eu estava paranóica e voltou a beijar o Bóris. Eles andam tão agarrados ultimamente. Devem ser as expectativas para o grande dia.

A Lana está agora falando comigo, fingindo não estar irritada por eu estar escrevendo aqui ao mesmo tempo.

__Mia, eu sei que está todo mundo perguntando como você está. E imagino que não está nada bem. Você ainda o ama, não?!

Meu Deus. Nem mesmo a Tina foi tão direta! Ainda bem que o J.P., que está sentado do meu lado, está entretido numa conversa com o Lars sobre as eleições na Genovia, que estão realmente conturbadas.

__Lana?! __Desconversei.
__Eu entendo você, Mia. Eu mesma sempre falo pra você pra beijar alguns sapos, conhecer novos rapazes. Mas se você ama o Michael, Mia, luta por ele. Se eu pudesse, e o Josh não fosse um completo babaca, eu estaria com ele até hoje. Nunca amei qualquer cara como o amei.

Caramba, eu não agüento mais ficar aqui! Tenho que correr para o banheiro. Antes que eu comece a chorar na frente de todo mundo

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Eternamente princesa

25 de julho, no banheiro da Albert Einstein High School


Ai, Meu Deus!!! Ai, Meu Deus!!! Ai, Meu Deus!!! Ai, Meu Deus!!! Ai, Meu Deus!!!

Eu vi o Michael.

Ai, Meu Deus!!! Ai, Meu Deus!!! Ai, Meu Deus!!! Ai, Meu Deus!!! Ai, Meu Deus!!!

Eu já sabia que ele estava na cidade, ele me mandara um e-mail na semana passada, querendo me ver. Nós continuamos amigos, mas eu não estava preparada para esse encontro, então disfarcei dizendo que tinha que estudar para as milhares de provas desse último semestre.

Portanto eu não estava preparada psicologicamente para vê-lo, embora eu esteja fazendo terapia há 2 anos, e tenha um namorado perfeito. Eu e a Tina, desde que soubemos que ele voltaria, ficamos treinando sobre como eu me comportaria. Afinal, ele é o meu ex-namorado, e não o via há dois anos, desde o trágico dia em que eu joguei o meu colar de floco de neve no chão, terminando nossa história de amor. Até hoje tenho vontade de me matar. Oh, oh, meu terapeuta não pode ler isso.

Eu estava na Albert Einstein andando no corredor quando o vi um pouco distante conversando com o Bóris.

Meu Deus!!! Meu coração gelou, uma descarga de adrenalina percorreu o meu corpo, minha freqüência cardíaca passou de 1.000 bpm, e eu senti que ia desmaiar.

Estou falando sério. Sem exagero. Tanto que quando o vi, senti meu corpo perder o equilíbrio e cair para trás. Até que me apoiei na primeira coisa que havia atrás de mim para eu não cair no chão no meio do corredor. Essa primeira coisa era o J.P., meu namorado, que estava andando comigo.

Eu morri de vergonha e olhei para ele, pedindo desculpas e fingindo que eu tinha tropeçado. Ele só olhou pra mim de volta com um olhar meio sério e triste, parece que já tinha visto o Michael. Não sei se fiquei com mais tristeza ou medo.

Mas o que eu podia fazer?! O Michael estava lindo, com o cabelo um pouco maior do que eu me lembrava, mas não muito grande. Ele não se parecia como um cara que acabou a faculdade e ganhou milhões de dólares no Japão e no mundo com a fabricação de um braço robô cirúrgico, ele parecia só... O Michael de sempre.

Eu tentei disfarçar o meu rosto que estava queimando, mas o Michael me viu e veio andando na minha direção. Agora sim senti que ia desmaiar, e não podia me apoiar no J.P. de novo porque ele poderia desconfiar da minha fraqueza e estava assustadoramente sério.

O Michael se aproximou sorrindo, mas ele parecia nervoso. Pode ser loucura minha, mas eu o namorei por dois anos, e o conheço desde... sempre. E ele parecia nervoso, inseguro, o que é bastante raro vindo do Michael, principalmente agora que ele é conhecido internacionalmente como um dos maiores gênios da atualidade, quase o novo Bill Gates ou Einstein.

Não sei se era por estar me vendo depois de tantos anos, ou por o J.P. estar ali comigo, ainda mais segurando minha cintura, algo que ele fizera assim que vira o Michael se aproximar.

Eu queria gritar para ele que a minha cintura era dele, que ele podia pegar nela quando quisesse e que o J.P. só estava fazendo um empréstimo. Mas não poderia fazer isso. Não poderia dizer que só estava ficando com o J.P. o esperando voltar, usando ele. Seria muito vulgar da minha parte.

Afinal o J.P. já me disse a palavra com A tantas vezes (embora eu ainda não tenha dito para ele, eu já disse que quero que seja espontâneo, e ele aceitou numa boa) e me ajudou quando eu mais precisei, quando o Michael me deu um pé na bunda e passei uma semana na minha cama com meu pijama da Hello Kitty.

Tudo bem que fui eu que dei um pé na bunda dele, por causa daquela droga de dom precioso. Até hoje tenho vontade de me matar. Oh, oh, meu terapeuta não pode ler isso mesmo.

Mesmo assim o J.P. guardou o dom dele para alguém especial e ele disse que esse alguém sou eu. Nós combinamos de trocarmos os nossos dons preciosos no dia da formatura e eu não posso decepcioná-lo.

A Tina já disse que eu só posso fazer isso se eu amá-lo. Mas sei lá. Acho que eu o amo.

A quem estou querendo enganar?!

Voltando ao Michael. Ele já estava bem perto de mim quando disse com o mais lindo sorriso que eu já vi: Mia!

Só isso, ele falou só isso com a voz embargada e me abraçou. Talvez ele quisesse falar mais alguma coisa, mas não conseguiu e só me abraçou e ficamos lá em silêncio.

Eu não respondi nada, não falei nem mesmo Michael. Tinha medo de que começasse a chorar ali no meio do corredor, abraçando o meu ex-namorado, do lado do meu atual namorado.

E o pior. Ou o melhor. Foi que assim que o Michael me abraçou com toda a sua força e masculinidade, o cheiro de sabonete de aveia do pescoço dele me inundou completamente. Agora sim eu desmaiei. Eu me inclinei totalmente para frente sem força para me segurar, mas como o Michael me abraçava, o nosso abraço ficou mais apertado e ele me amparou com seus braços fortes e firmes.

A barba dele tinha acabado de ser feita, aposto que fazia menos de dez minutos, porque o rosto dele estava tão lisinho e perfumado.
Eu juro. Achei que ia beijá-lo ali. Naquela hora. No meu do corredor da Albert Einstein High School eu ia beijar meu ex-namorado na frente do meu atual namorado. As revistas iam adorar. E talvez a Lilly fosse tirar uma foto e colocar no site dela: IHATEMIATHERMOPOLIS.COM.

Eu não sei quanto tempo eu passei o abraçando no meio do corredor, a Tina que havia chegado no início do abraço, e que eu nem havia visto, disse que foram no máximo uns dois minutos. Pareceram horas, silêncio por horas, e eu prendia as minhas lágrimas com todas as minhas forças enquanto o Michael amparava meu corpo contra o peito dele. Tive uma vontade tão grande de vê-lo de roupão.

A Tina vendo o rosto escarlate do J.P. que parecia um dragão bufando (como ela disse depois, pois eu não via mais ninguém, naquele corredor só havia eu e o Michael) foi nos separando e falando bem alto para que acordássemos do nosso torpor:

__Michael, tudo bem?!

E o abraçou e eu fiquei ali parada, embasbacada. Ela tentou abraçá-lo por tanto tempo quanto eu para parecer que assim como ela e ele, eu e o Michael éramos apenas amigos.
Eu fiquei até com ciúmes, mas a Tina é a minha melhor amiga e ela não fez por mal. Eu olhei para o J.P. e ele realmente parecia um dragão bufando.

Eles se separaram e eu não conseguia dizer nada. O Michael ainda sorria. Vendo o absoluto silêncio que reinava, a Tina continuou:

__Michael, que legal ver você depois de dois longos anos. Tanta coisa mudou, né?! (Eu achei que ela pegou um pouco pesado, mas ela me lembrou que eu quis voltar e ele me deu um pé na bunda, me deixando passar uma semana na cama com meu pijama da Hello Kitty). __Mas o que você está fazendo aqui no colégio?!

Ele respondeu, ainda sorrindo:

__Eu vou ser professor de vocês. De S & T (Superdotados e talentosos).
__E a Sra. Hill?! __Exclamei, falando pela primeira vez depois de umas duas horas.
__Ela vai se afastar por uns tempos.
__Mas você quer ser professor?! __Exclamei novamente.
__Não vai ser bem professor, vou só orientar vocês. Mas eu sempre gostei de ensinar.

Senti meu rosto queimar ao lembrar da ajuda que ele me dava em Álgebra e Geometria, se não fosse pelo Sr. G. não teria sobrevivido esses dois anos na matemática. É o Michael não se importou que eu pudesse ter reprovado. Passei dois anos sofrendo sozinha nos cálculos.

__E o seu trabalho na empresa de robôs, Mike?! __Perguntou o Bóris, parecendo estar bem íntimo do Michael.
__Ah, eu estou desenvolvendo um novo projeto, mas decidi descansar um pouco. Estava com saudade de casa.
__Você vai voltar para o Japão?! __Perguntei, não sabendo que resposta eu esperava.
__Não. Eu e outros colegas vamos abrir uma filial aqui em Manhatan. Agora só saiu de casa a passeio.
__Seja bem-vindo de volta. __Respondeu o J.P. segurando novamente minha cintura e me conduzindo de volta para a sala, pois o sino acabara de tocar.