terça-feira, 28 de julho de 2009

Culto ao inalcançável

Como cegos tateando o ar
Buscamos o inalcançável
Na tentativa frustrada de amar
Fechamos os olhos ao inquestionável

Como pássaros que nos escapam das mãos
Cultuamos o inatingível
Como servos garimpando paixão
Tentando conservar o perecível

Como cisnes se admirando num lago
Reverenciamos a beleza
Dando pedestal a algo tão vago
Cuja efemeridade é a única certeza

Como teias nos prendemos à vida
Tentando conquistar a eternidade
Esquecendo-se de que ela deve é ser vivida
Só assim depois não teremos saudade

Um comentário:

Can disse, Hi, Nara?! disse...

Nossa Jérula,
concordo completamente com o seu poema,
para variar fizesse ume um excelente uso das palavras,
gosto da alta emoção que você gera em cada uma delas.

;***
cuide-se